quarta-feira, novembro 01, 2006

Frase: “Domesticado o animal, ainda selvagem a trela”.

«Quem te diz que por baixo da pele de lobo não é outro lobo que habita? Palavras básicas outra vez como se não fosse outra vez ainda. Há quinze anos estava contigo no cemitério e quinze anos depois estou outra vez no cemitério contigo. Mas agora estás deitada.
Constatações simples, palavras básicas, noite das bruxas. Onde estão agora os gatos pretos?
Acredita: podem morrer flores e árvores completas ou despidas, morrer folhas e frutos, homens, crianças, mulheres, podem morrer casas e janelas, quintas, prisões da nossa vaidade. Pode morrer o mundo moribundo e já morto, cadáver infecto debaixo da terra sem significado. Algum. Pode morrer o espelho, as pedras, os cães, os gatos, vacas e burros do presépio. Pode morrer o Cristo na cruz, Buda, Muhammad e todos os anjos e arcanjos, Shiva e Parvati ou o próprio Brahma. Posso morrer eu aqui ou agora ou depois ou para mais tarde. Pode morrer o próprio verso que conjuga a morte mas nunca poderás morrer em mim.»
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AINDA NÃO ME DEI AO TRABALHO DE ORDENAR ALFABETICAMENTE (AZAR!)