quarta-feira, setembro 13, 2006









Frase: “Nem mar nem rosas”.


Noite a televisão repete um velho programa de tarot e a Torre dança diante dos teus olhos
no entanto sabes que os edifícios não virão abaixo e no teu pranto as jangadas partem de encontro ao nada e tudo e nada é qualquer coisa qualquer as palavras são inimigas de uma mente que se quer estável mas é falso não interessa não importa e só quando importa é que interessa à noite no navegar na Net na casa de silêncios e sem nenhum calor sem nenhum braço à volta nenhuma boca para beijar nem para morrer ou matar na insanidade de uns lábios abertos e vermelhos contra o espelho e junto à noite a televisão repete um velho programa de tarot e o Diabo segura as suas cordas arranhadas por gatos nos telhados por falta de violinos e por falta de cigarros mas esquece a noite mas esquece mas esquece o dia deste desterro na cidade que não é a tua nem de ninguém como se algo pudesse ser teu ou nosso mas esquece a noite mas esquece mas esquece o dia de rostos dispersos e de pernas mutiladas mas esquece a noite mas esquece mas esquece o dia de amanhã não sabendo se irei estar junto a ti num outro lado qualquer mas esquece a noite mas esquece mas esquece o dia e os labirintos que desembocam no estômago de um qualquer Minotauro sem fome mas esquece a noite mas esquece mas esquece o dia de multidões anónimas de pessoas indiferentes junto aos passeios que arrefecem junto à noite de olhos sombrios na madrugada de cigarros apagados nos lábios de cinzeiros feridos mas esquece a noite mas esquece mas esquece o dia de poemas rascunhados no vazio junto aos detritos nos caixotes dos ricos mas esquece a noite mas esquece mas esquece o dia de amanhã o de ontem e o de hoje e todos os que estão para vir mas esquece a noite mas esquece mas esquece o dia mas esquece a noite mas esquece mas esquece o dia mas esquece a noite.


RMM
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AINDA NÃO ME DEI AO TRABALHO DE ORDENAR ALFABETICAMENTE (AZAR!)