Frase: "Se não queres viver... não finjas!!"
O DIÁLOGO QUE SE SEGUE É DA AUTORIA DOS AUSENTES, e foi gravado em segredo numa boutique de pão (que é mais “bem” do que padaria) (reed.)
- Por que é que estás chateado?
- Sei lá!!! Porque a puta da vida chateia-me, não tem continuidade. Vivo no abstracto das coisas.
- O que é o abstracto?
- É qualquer coisa que não é concreta, não tem realidade palpável. É o pensamento que me persegue, que me escreve, que me mutila...
- Dizes que é o pensamento...
- Exacto, a inércia dos dias, dos acontecimentos, das pessoas ou da falta delas!
- Por que é que não fazes qualquer coisa para passar o tempo?
- Olha, hoje bati duas punhetas, talvez ainda bata outra, a ver filmes porno. Fiquei com a piça dorida...
- Não é isso, caralho!! Por que é que não te ocupas com algo?
- Eu tento ler, às vezes leio... ler é uma continuidade. Escrever nem sempre consigo, quase nunca consigo. Faz-me tédio, percebes? Mais do que tédio... é antes uma grande preguiça... um grande medo...
- Por que é que não estudas?
- Realmente... sim, devia fazer o Seminário, não sei é como. As outras cadeiras... na sua altura... se conseguir. Tenho que conseguir!
- Isso é confuso... Sei que não vais às aulas... Como é que passas o tempo?
- De vez em quando acordo mais cedo. Saio para tomar café. Continuar a fumar como um cavalo. Gastar $ em máquinas. À tarde... tomar café, geralmente no do Teatro, tentar encontrar um ambiente agradável para qualquer coisa de ler ou de escrever, conforme. Geralmente estava por lá o P, agora foi-se embora, o R vem às vezes... começo a ter-lhe uma certa hostilidade, talvez seja mútuo... não sei. Ele valeu-se da imagem da T para se insinuar nos sítios, em parte arrastou-a para a merda da noite onde conheceu e conhece toda aquela escumalha.
- Porquê escumalha?
- Porque toda a gente é escumalha!!! Até eu sou escumalha!! Gostava de matar toda a gente! E... agora que penso... não é bem matar, é antes esventrar, arrancar-lhes os olhos, esfaquear, sei lá...
- Por que é que não te acalmas?
- Porque a calma é o vazio, a inércia, o não querer saber...
- Não consegues ver meio termo?
- Homens malditos vão de um extremo ao outro e eu cada vez me sinto mais maldito.
- Como à imagem de todos aqueles escritores malditos?
- Talvez... não esses, talvez outros que, presos à sua consciência implacável, como o Lautréamont dizia, não conseguiram sair do vazio, do nada. Perderam-se no pó das coisas. Talvez seja o que me reserva.
- Mas... e o que mais fazes durante o dia?
- Como diria o Poeta: “O mesmo que durante o resto do tempo”.
- O quê?
- “Nada”.
- Por que é que estás chateado?
- Sei lá!!! Porque a puta da vida chateia-me, não tem continuidade. Vivo no abstracto das coisas.
- O que é o abstracto?
- É qualquer coisa que não é concreta, não tem realidade palpável. É o pensamento que me persegue, que me escreve, que me mutila...
- Dizes que é o pensamento...
- Exacto, a inércia dos dias, dos acontecimentos, das pessoas ou da falta delas!
- Por que é que não fazes qualquer coisa para passar o tempo?
- Olha, hoje bati duas punhetas, talvez ainda bata outra, a ver filmes porno. Fiquei com a piça dorida...
- Não é isso, caralho!! Por que é que não te ocupas com algo?
- Eu tento ler, às vezes leio... ler é uma continuidade. Escrever nem sempre consigo, quase nunca consigo. Faz-me tédio, percebes? Mais do que tédio... é antes uma grande preguiça... um grande medo...
- Por que é que não estudas?
- Realmente... sim, devia fazer o Seminário, não sei é como. As outras cadeiras... na sua altura... se conseguir. Tenho que conseguir!
- Isso é confuso... Sei que não vais às aulas... Como é que passas o tempo?
- De vez em quando acordo mais cedo. Saio para tomar café. Continuar a fumar como um cavalo. Gastar $ em máquinas. À tarde... tomar café, geralmente no do Teatro, tentar encontrar um ambiente agradável para qualquer coisa de ler ou de escrever, conforme. Geralmente estava por lá o P, agora foi-se embora, o R vem às vezes... começo a ter-lhe uma certa hostilidade, talvez seja mútuo... não sei. Ele valeu-se da imagem da T para se insinuar nos sítios, em parte arrastou-a para a merda da noite onde conheceu e conhece toda aquela escumalha.
- Porquê escumalha?
- Porque toda a gente é escumalha!!! Até eu sou escumalha!! Gostava de matar toda a gente! E... agora que penso... não é bem matar, é antes esventrar, arrancar-lhes os olhos, esfaquear, sei lá...
- Por que é que não te acalmas?
- Porque a calma é o vazio, a inércia, o não querer saber...
- Não consegues ver meio termo?
- Homens malditos vão de um extremo ao outro e eu cada vez me sinto mais maldito.
- Como à imagem de todos aqueles escritores malditos?
- Talvez... não esses, talvez outros que, presos à sua consciência implacável, como o Lautréamont dizia, não conseguiram sair do vazio, do nada. Perderam-se no pó das coisas. Talvez seja o que me reserva.
- Mas... e o que mais fazes durante o dia?
- Como diria o Poeta: “O mesmo que durante o resto do tempo”.
- O quê?
- “Nada”.
2 Comments:
o tigre (post de cima) vive no teu coração. vai devorar-se a si próprio.
Vai para a passadeira, a ver se alguém morre
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