Ela partiu deixando três cubos de papel dobrados em seis três cubos de papel dobrados três cubos de papel num gesto simples automático na casualidade das coisas simples ela deixou três cubos de papel dobrados em seis três cubos de papel dobrados três cubos de papel ele recolheu-os junto à janela e à chuva que manchava as páginas das suas histórias de amor falhado ela deixou três cubos de papel dobrados em seis três cubos de papel dobrados três cubos de papel sobre a mesa perto do cinzeiro em que ele fumava outra perda da vida cómica os mesmos fins trágicos ela deixou três cubos de papel dobrados em seis três cubos de papel dobrados três cubos de papel sobre a mesa e partiu num gesto seguro de uma vida feliz os dois tão estranhos ele digerindo a dor adivinhando finais enganando-se nas linhas ela deixou três cubos de papel dobrados em seis três cubos de papel dobrados três cubos de papel sobre a mesa sem saber que para ele seria apenas o poema para uma vida nova ela saiu do café esquecendo os três cubos de papel dobrados em seis três cubos de papel dobrados três cubos de papel e quando ele a chamou ela disse são para ti.
RMM
RMM
2 Comments:
Ao dobrá-los em seis olháva-te, certamente deu-te tudo nessas dobras que foi fazendo...
Se há um momento que me marcou foi esse, embora sinta que as palavras fiquem muito aquém daquilo que ele representou para mim. Não tanto pelo momento em si, mas pelo simbolismo e pela ruptura que ele trouxe face a uma situação que me estava a sufocar. Daí ser "o poema para uma vida nova". Acho que é por isso que esta deve ser a quarta vez que o volto a "trazer" aqui. Não sei se isso, ou se ela, me deu tudo ali (se é que haveria alguma coisa para dar), mas nada mais do que isso seria preciso. Apenas isso... "e nem um cubo a mais".
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