Frase: "É como um coração sem alimento... devora-se a si próprio".
O DIÁLOGO QUE SE SEGUE É DA AUTORIA DOS POBRES DE ESPÍRITO, e foi gravado em segredo num convento jesuíta. (reed.)
- O que é que fizeste ontem?
- Sabes bem que fui a Aveiro com o básico amigo de sempre, o F. A única pessoa que se manteve ao longo destes anos todos. Talvez por também ser um solitário e um anti-social.
- E o que é que fizeram?
- A verdade é que, como é hábito, encontrámo-nos ao acaso na Praça. Não tinha vontade de ficar em casa com a C e o L.
- Porquê?
- Para não me chatearem com a cena de ir para Lisboa e etc. e tal. Além do mais o ambiente não era dos melhores devido à cena da queixa policial.
- Essa é boa!! Ah! Ah! Ah!
- Eu sei que tem uma certa piada, mas para a cabeça da família e de toda a conjuntura, sabes, acaba por ser meio fodido.
- Mas sobre a cena de Aveiro...
- Pois, estivemos na porcaria do café Tropical. Topei os olhos das pessoas...
- Eu sei o que queres dizer, toda a gente, pelo teu aspecto, incluindo esses brasileiros, pensa que dás no cavalo. Chateia-te?
- A verdade é que não me chateia assim tanto. Apesar das cenas do pessoal estúpido ou do Lap. Desde que não me prejudique muito... deixai-os pensar! Eu gosto de provocar os fantasmas básicos das pessoas daqui.
- Mas sobre a cena com o F...
- Pois, fomos para Aveiro. Jantámos no mesmo sítio. Depois fomos ao bar, o Chuta Cavalo, depois a casa dele, numa de ressacar, depois fomos a outro bar, penso eu de que. Nisto começou a chover como se o céu nos vomitasse em cima.
- E então que mais?
- Viemos para Coimbra. Fomos ao Piano Negro como o havíamos, já antes, planeado. Quase que podíamos ter ido ao Buraco Negro mas já não havia $ disponível. Já era meio tarde e as coisas talvez já se tivessem estendido até ao seu máximo.
- Rejeitaste o velho vício?
- Sim, eu próprio tenho-me sentido desesperado e com medo.
- Já lá vamos. O resto do dia já se sabe. Não foste com a família ao cemitério, talvez aliado a esse mesmo medo. Viste a R a passar com um gajo qualquer, um namorado seboso...
- Atentemos ao grande preconceito inerente a essa descrição. O nosso grande ódio e desprezo pelo que não se consegue ter devido às múltiplas incapacidades que se conhecem.
- Chateia-te a cena?
- Não digo que não me tenha chateado um pouco. Não sei se era o tanso do DJ D, um dos grandes palhaços do lounge e da pseudo-sociedade dos armados em intelectuais da boémia. No fundo um pessoal que gosta é de estar com um chupa-chupa na boca. Eles que chupem!!!
- Tirando o desprezo, o que mais sentiste?
- Ela foi uma cena que se dissolveu. Houve um tempo em que pensei que poderia surgir qualquer coisa, o quê não sei. Mas havia algo...
- E por que é o Algo deixou de haver?
- Ela foi desaparecendo da minha vista, até mesmo da merda deste sítio em que nada acontece. Eu também deixei de ir ao Lounge e ao States. Não tinha como acompanhar esse circuito e nem sei se o queria!
- E a cena dela passar por ti e não te cumprimentar?
- É estranho, ela evitava mas fazia-se aos meus olhos como se estivesse à espera que eu a chamasse. Metia uma máscara de isolamento nela própria... mas falso, sim... porque eu sei o que é o isolamento e isso sempre está patente na forma como as pessoas me vêem. Podem-me falar de muita coisa... mas não me venham falar de solidão a mim.
- Achas que ela é uma grande vaca?
- Talvez uma pequena vaca. Não era nem podia ser a musa que eu queria, mal grado o poema e a carta para ela. O meu estigma é de tal modo grande que destrói tudo o que estiver à volta.
- Mas também ela surgiu muito devido à conversa do R.
- O R é = a ele próprio, ela para ele seria equivalente. Ele lambuzar-se-ia com as conversas com ela, mas duvido que lhe saltasse, não obstante as conquistas que começou a alcançar ultimamente.
- Já que morreu, que morra de vez...
- Talvez sim ou não, não sei. A distância é de tal modo grande que já não vejo as coisas. Sei o que as pessoas falam de mim...
- Algo como que etéreo...
- Um corpo sem vida “com os olhos completamente mortos”.
- O teu pai a chatear-te...
- Qualquer coisa que ele me diga é quase como que um ataque. Custa-me muito senti-lo de outra maneira.
- Desististe de pensar na de cabelo preto?
- Mesmo que eu não queira eu penso. Tento é não ter um compromisso tão grande por essa imagem antes que eu me destrua ainda mais. Mais uma vez...
- Como com a R?
- Como com todas. Desde a ex até à homónima dela, a grande desilusão da história toda, de toda esta história, que se foda...
- Quais as soluções?
- “Solução final”, morte de qualquer maneira não vivo há muito tempo. Viajo e vejo os rostos todos com quem não falo, mas com quem já comuniquei mais de mil vezes de mais de mil e uma formas.
- Emprestas-me dinheiro?
- Eu passo-te um cheque se disseres que me amas.
- O que é que fizeste ontem?
- Sabes bem que fui a Aveiro com o básico amigo de sempre, o F. A única pessoa que se manteve ao longo destes anos todos. Talvez por também ser um solitário e um anti-social.
- E o que é que fizeram?
- A verdade é que, como é hábito, encontrámo-nos ao acaso na Praça. Não tinha vontade de ficar em casa com a C e o L.
- Porquê?
- Para não me chatearem com a cena de ir para Lisboa e etc. e tal. Além do mais o ambiente não era dos melhores devido à cena da queixa policial.
- Essa é boa!! Ah! Ah! Ah!
- Eu sei que tem uma certa piada, mas para a cabeça da família e de toda a conjuntura, sabes, acaba por ser meio fodido.
- Mas sobre a cena de Aveiro...
- Pois, estivemos na porcaria do café Tropical. Topei os olhos das pessoas...
- Eu sei o que queres dizer, toda a gente, pelo teu aspecto, incluindo esses brasileiros, pensa que dás no cavalo. Chateia-te?
- A verdade é que não me chateia assim tanto. Apesar das cenas do pessoal estúpido ou do Lap. Desde que não me prejudique muito... deixai-os pensar! Eu gosto de provocar os fantasmas básicos das pessoas daqui.
- Mas sobre a cena com o F...
- Pois, fomos para Aveiro. Jantámos no mesmo sítio. Depois fomos ao bar, o Chuta Cavalo, depois a casa dele, numa de ressacar, depois fomos a outro bar, penso eu de que. Nisto começou a chover como se o céu nos vomitasse em cima.
- E então que mais?
- Viemos para Coimbra. Fomos ao Piano Negro como o havíamos, já antes, planeado. Quase que podíamos ter ido ao Buraco Negro mas já não havia $ disponível. Já era meio tarde e as coisas talvez já se tivessem estendido até ao seu máximo.
- Rejeitaste o velho vício?
- Sim, eu próprio tenho-me sentido desesperado e com medo.
- Já lá vamos. O resto do dia já se sabe. Não foste com a família ao cemitério, talvez aliado a esse mesmo medo. Viste a R a passar com um gajo qualquer, um namorado seboso...
- Atentemos ao grande preconceito inerente a essa descrição. O nosso grande ódio e desprezo pelo que não se consegue ter devido às múltiplas incapacidades que se conhecem.
- Chateia-te a cena?
- Não digo que não me tenha chateado um pouco. Não sei se era o tanso do DJ D, um dos grandes palhaços do lounge e da pseudo-sociedade dos armados em intelectuais da boémia. No fundo um pessoal que gosta é de estar com um chupa-chupa na boca. Eles que chupem!!!
- Tirando o desprezo, o que mais sentiste?
- Ela foi uma cena que se dissolveu. Houve um tempo em que pensei que poderia surgir qualquer coisa, o quê não sei. Mas havia algo...
- E por que é o Algo deixou de haver?
- Ela foi desaparecendo da minha vista, até mesmo da merda deste sítio em que nada acontece. Eu também deixei de ir ao Lounge e ao States. Não tinha como acompanhar esse circuito e nem sei se o queria!
- E a cena dela passar por ti e não te cumprimentar?
- É estranho, ela evitava mas fazia-se aos meus olhos como se estivesse à espera que eu a chamasse. Metia uma máscara de isolamento nela própria... mas falso, sim... porque eu sei o que é o isolamento e isso sempre está patente na forma como as pessoas me vêem. Podem-me falar de muita coisa... mas não me venham falar de solidão a mim.
- Achas que ela é uma grande vaca?
- Talvez uma pequena vaca. Não era nem podia ser a musa que eu queria, mal grado o poema e a carta para ela. O meu estigma é de tal modo grande que destrói tudo o que estiver à volta.
- Mas também ela surgiu muito devido à conversa do R.
- O R é = a ele próprio, ela para ele seria equivalente. Ele lambuzar-se-ia com as conversas com ela, mas duvido que lhe saltasse, não obstante as conquistas que começou a alcançar ultimamente.
- Já que morreu, que morra de vez...
- Talvez sim ou não, não sei. A distância é de tal modo grande que já não vejo as coisas. Sei o que as pessoas falam de mim...
- Algo como que etéreo...
- Um corpo sem vida “com os olhos completamente mortos”.
- O teu pai a chatear-te...
- Qualquer coisa que ele me diga é quase como que um ataque. Custa-me muito senti-lo de outra maneira.
- Desististe de pensar na de cabelo preto?
- Mesmo que eu não queira eu penso. Tento é não ter um compromisso tão grande por essa imagem antes que eu me destrua ainda mais. Mais uma vez...
- Como com a R?
- Como com todas. Desde a ex até à homónima dela, a grande desilusão da história toda, de toda esta história, que se foda...
- Quais as soluções?
- “Solução final”, morte de qualquer maneira não vivo há muito tempo. Viajo e vejo os rostos todos com quem não falo, mas com quem já comuniquei mais de mil vezes de mais de mil e uma formas.
- Emprestas-me dinheiro?
- Eu passo-te um cheque se disseres que me amas.
2 Comments:
às vezes tens uma péssima e terrível má escolha de palavras e quase sempre elas me alucinam com tanto pisca pisca mas, vá lá, passo-te um cheque de 1.000.000 €.
Chega?
(não, não precisas dizer que me amas e
não, o cheque não é careca)
PS: continua a escrever assim, assim percebes?
Obrigado pelo cheque, faz sempre falta. No entanto, as palavras, mesmo que não sejam 1.000.000, fazem ainda mais. Ainda bem que trouxeste as duas coisas. Não vou dizer que te amo, não te preocupes. abraço!
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