Ataram-lhe os braços atrás das costas
para o ensinar a nadar
Deitaram-lhe sangue no café
e leite no gin
Suspenderam o soldado
no meio da imundície
Ele tinha a guerra no corpo
e a atormentar-lhe o cérebro
Celebra o sacrifício
mutila-me o rosto
Se sentes necessidade de matar alguém
sou um homem sem vontade
Lava a navalha na chuva
deixa-me regalar de dor
Por favor, não me libertes
que eu tenho muito apreço pela morte
A dor era aguda e fazia-o gritar
sabia que continuava vivo
Espetou um alfinete através dos mamilos do peito
julgou ser um santo
Fiz amor com a minha mãe, matei o meu pai e o meu irmão
que devo fazer agora?
Quando o pecado é excessivo, é como um carro sem travões
e não pode ser controlado
Cospe-lhe na cara e grita:
Hoje não há Édipo
Não penses que isto é só um papel que estás a representar
o que é que dizes?
Tira-me a Máscara Azul da cara
e olha-me nos olhos
Excita-me ser punido
sempre fui assim
Desprezo e sou avesso à contrição
a mácula é eterna
A tua fraqueza inspira indiferença
e indiscrição na rua
Porco é o que és e puro o que não és
mereces ser impiedosamente espancado
Celebrado o sacrifício
vai com ele até ao fim
Não há nunca «voltarei a fazer» que chegue
para encerrar este dia de desespero
Não deites a morte a perder
corta o dedo na articulação
castra o garanhão ao montá-lo
e com eles enche-lhe a boca.
Lou Reed, a máscara azul
quarta-feira, novembro 30, 2005
Frase ouvida no café há uns dias: “Ele é um rapaz sincero, sério, amigo dos seus amigos… mas burro”.
POEMAS DA MINHA VIDINHA
Máscara Azul
2 Comments:
A voz do povo na sua plenitude ou "Vozes de burro, não chegam ao céu..."
Abraço.
... nem ao inferno", Legível.
abraços aos dois
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