POEMA MEDÍOCRE 8
Mulher grávida no centro comercial
em lágrimas, esquiva foge
dos olhos de quem passa.
Passo ao largo da falsa pose de pantera
de patas tépidas que me sorri como se eu fosse
um tigre à espreita na encruzilhada de quem passa,
esquecendo-se que
quando ele salta já não as mãos
significam nada, nem ninguém
terá mais nada
nas mãos.
Passo ao largo de passada apressada
esquivo esguio como quem foge
das sombras sob as árvores
onde os tigres fingem dormir.
Lembra-te…
A identidade aqui e agora,
eu não sou eu, mas procuro o não-eu
sem saber ser
o ser ou o sendo que vai sendo
o outro, o não-outro
o não-eu, o não-tu não-aqui nunca-mais eu sou o
não-teu que procura o teu não-meu nunca-mais nunca eu nunca tu
apenas vamos sendo o não-nós.
Escuta…
Não é de água a minha sede de sangue mas não sei se irei matá-la nos teus
lábios pois agora sei que é esse mesmo o lago onde os tigres bebem.
Esquece…
Mulher grávida no centro comercial em lágrimas esquiva foge
dos olhos
de quem passa.
RMM
3 Comments:
esquiva foge de quem?
tu sabes?
tu sabes de quem foges?
acredita que eu não sei.
ps- era este o post. LOL!
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Não sei se será da própria fuga, nem sei se será a própria fuga a fugir.
Por isso também não sei. Nem sei se ainda interessa saber.
Enviar um comentário
<< Home