sexta-feira, junho 24, 2005

Frase do avô Simpson à sua amada no episódio que pude espreitar hoje à tarde: “Lembras-me um poema de que já não me lembro”.


LETRAS DE UMA SÓ PALAVRA

“Pobre humanidade!-
Uma gota de sangue a mais ou a menos, em nosso cérebro, pode tornar extremamente miserável e dura a nossa vida, de tal modo que sofreremos mais com essa gota do que Prometeu com o seu abutre. O mais terrível, porém, acontece quando não se sabe que essa gota é a causa.
E sim «o Diabo»! Ou «o pecado»!-

Friedrich Nietzsche, AURORA

(dedicada ao Mohammad que hoje me fez escutar e dizer as palavras essenciais)

7 Comments:

Blogger Fata Morgana said...

Como uma única lágrima de sangue que é essência!

(O avô Simpson é poético, absorveu a amada para junto do poema esquecido lá no fundo dele mesmo!)

Sabes, gosto de vir aqui sofrer.
Um beijo

7:19 da tarde  
Blogger Black Rider said...

Tens razão quanto ao avô Simpson- talvez esse poema esquecido ainda se encontre dentro dessa única gota de sangue- no fundo, a essência.
Não sei, no entanto, se me alegra o facto de aqui vires para sofrer. Tenho pena que estas palavras não inspirem outros sentimentos, mas, de todas as formas, os tempos não são os mais alegres.
Vamos esperar pelos melhores, com ou sem palavras, mas com muitas e muitas gotas de sangue.

8:49 da tarde  
Blogger Fata Morgana said...

Não venho PARA sofrer... mas sofro. Não ligues, é coisa minha e já te disse que gosto. No fundo encontro intensidade e isso dói sempre, mas vale muito :)

12:31 da manhã  
Blogger Black Rider said...

Ainda bem que é assim, Fata. Eu também gosto que aqui venhas e me deixes um pouco de ti. É estranho isso da intensidade,cada vez sinto menos que existam travões. Não sei se é bom ou mau. Só o tempo o dirá... ou não.

5:51 da tarde  
Blogger Fata Morgana said...

Travões... Eu acho que é quase sempre mau meter travões nos sentimentos e nas reacções, gosto mais da verdade a saltar de modo espontâneo. Para as máquinas são úteis! :)
Sou pouco maquinal e muito intensa. O medo, para mim, por vezes funciona como travão. Mas enxoto-o assim que me apercebo dele, até porque acho que o medo é fonte dos piores males na vida emocional das pessoas, rouba-nos a sinceridade, mete-se no sangue e envenena-o.
Se o pusermos no seu lugar - de conselheiro assustado cujo habitat ideal é o conforto morno e impostor - e o escutarmos nessa qualidade apenas, pode ser um bom companheiro do risco, obriga-nos a não sermos inconscientes. Mas nunca podemos deixá-lo tomar-nos, porque nos trava! E lá se encerra o círculo, nos travões... (Que grande discurso, arre!...)

6:19 da tarde  
Blogger Black Rider said...

Sim, quanto aos sentimentos e às emoções eu entendo e compreendo muito bem. O meu maior problema é, muitas vezes, não conseguir meter os travões certos na obsessão ou na paranóia- mesmo que, inerentes às duas, também estejam os mesmos sentimentos (quando não são ambos a mesma coisa).
Já não sei se é o medo que trava ou é o medo que acelera- no fundo, aquilo que sempre determinou a maioria das demonstrações de coragem dos "nossos" heróis- o excesso de medo pode ser o agente dinamizador da acção e não o pano que estanca o sangue necessário para correr e escorrer.
Todos nós vivemos e convivemos com o medo- daí as palavras, daí as máscaras, não sei. Não sei até que ponto existe um Ser auntêntico, provavelmente é apenas outro mito. Já não me preocupa tanto, ou assusta, a falta de sinceridade dos outros ou a minha hipocrisia. Ainda acredito que para além do visível também o invisível lá terá as suas máscaras. Mas, de todas as formas, acredito (mesmo que me chamem ingénuo) que consigo sentir (ainda, e deve ser bom sinal)a boa vontade e a autenticidade genuína. Estar aqui por e para os outros, sem me importar se o mesmo é recíproco. Estar aqui para aprender e evoluir com eles- mesmo que, muitas vezes, não consiga fugir ao meu cinismo, falta de esperança,perspectiva borderline ou hipocrisia. Não me posso transformar numa pessoa melhor, apenas posso tentar evoluir- mesmo que nas esferas de um mundo inquinado.
Gosto da tua sinceridade e, como disse numa dessas muitas frases, preciso sempre de conselhos genuínos para poder evoluir e resolver os meus problemas. É bom que aqui venhas. Não sei se o medo é necessário ou não, mas precisamos dos outros para lidarmos com ele da melhor maneira.

6:40 da tarde  
Blogger Fata Morgana said...

Black Rider, eu só sei ser sincera ou silenciosa. Por isso é que gosto muito de silêncios, são momentos de forte partilha de coisas que não quero dizer, por serem muito boas ou por poderem magoar, coisas que às vezes não acontecem no timing certo. Se forem bem recebidos do lado de lá valem mil discursos.
Mas também há silêncios ensurdecedores, insuportáveis e horríveis. É como o medo, na tua resposta anterior!

8:00 da tarde  

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