desculpa
Procuras as águas rebuscadas onde as sereias gritam mas a alma de quem partiu afogou-se junto ao vento que trespassa o ar de árvores cortadas de árvores calcinadas de árvores que não existem agora sabes que o segredo não existe agora sabes do vício e da obsessão que mais ninguém conhece num mundo em que quase ninguém existe procuras as águas rebuscadas onde as sereias gritam observas o teu amor escrito de linhas tortas sem Deus sem palavras de adeus acordes tocados em nome da hipocrisia de cordas rasgadas de desespero na apatia mantendo a inalterável pose de cigarro em lábios feridos abertos eternamente em chagas um dia pensei que havia cura mas não outro dia pensei que fosse possível mudar mas não no outro dia pensei que os dias que viriam se encarregariam de virar as páginas dos poemas destes dias mas não há outro poema que não este neste dia não sinto uma só voz que possa entender não escuto nenhum olhar que possa ver nem nenhum eu que ainda possa ser o outro ou aquele que espera num outro e em qualquer lugar não importa se ausente procuras as águas rebuscadas onde as sereias gritam não importa se indiferente procuras as águas rebuscadas onde as sereias gritam não importa se desapaixonadamente procuras as águas rebuscadas onde as sereias gritam junto aos corações que ardem lá do alto jogas as cinzas por cima das sombras espelhos máscaras não importa se doente procuras as águas rebuscadas onde as sereias gritam.
RMM
2 Comments:
Gostei!
Dava uma excelente canção! Abraço!
João Nery
Obrigado pela passagem, João, mas certamente "não terei voz" para isso.
abraço
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