Tarde de família em ressaca etílica fingindo ouvir as conversas dos outros responsáveis coesos sólidos cheios de projectos encolhendo os ombros afirmando o nada fugindo com os olhos à certeza vítrea da dor dos ouvidos lancinante debicando o prato ao morrer da tarde de domingo o cão salta contra o vidro ladrando a dor engasgada entre garfada e garfada voam os pássaros lá fora meu pequeno amor comido no prato de mousse nos anos do cunhado mais um brinde a qualquer coisa evitas que se centrem sobre ti os seus olhos a derrota lê-se em toda a linha.
RMM
Não oãN nos son faltou uotlaf sermos somres homens snemoh ou uo mulheres serehlum, deuses ou uo sesued deusas sasued também mèbmat. Hoje ejoH somos somos espelhos sohlepse. Devíamos somaìveD ter ret nascido odicsan árvores serovrà cujo ojuc único ocinù reflexo oxelfer se es estenderia airednetse nas san águas saugà do od rio oir.
4 Comments:
Nos últimos tempos tenho tido vários desencontros sempre na mesma letra. Num desses desencontros, na noite em que o mar levou a palavra crucial, perguntaram-me por onde andava, respondi que por aí. Responderam-me um "por aí não conheço" e eu permaneci perdida no mesmo rumo, um rumo traçado desde os dias solarengos. A sensação é quase constante, parece que falta sempre um danoninho fora do prazo que é como quem diz: falta sempre um bocadinho assim...
dark kiss ;)
Gostei do "meu pequeno amor comido no prato de mousse"!! Pode ser que a derrota se leia em toda a linha, mas a lucidez com que crias estas imagens é, sem dúvida, uma vitória linha-a-linha.
As árvores... são umas estanques confidentes! Bem, talvez às vezes sejamos um pouco como árvores. Confesso (a ti, não às árvores!) que às vezes tendo a divagar, a deambular mentalmente; talvez por isso não seja um perfeito confidente. Em todo o caso, gosto do reflexo das árvores estáticas nas águas...
Abraço, João Nery
Olha, eyeofhorus, muitas vezes penso que nada pode ser mais concreto do que o "por aí". No entanto parece mesmo faltar esse pequeno bocadinho... Mas acredito que quando o mar trouxer de volta aquilo que esse mesmo mar levou, aí sim, acredito que o trará por inteiro. Completo. Cru.
beijo para ti
É claro que és um óptimo confidente! - além de um óptimo orador e um excelente amigo. Obrigado pelos elogios nesta derrota linha a linha. A vitória (se é que existe uma que valha a pena) escorrega para o fim da página ou esconde-se junto às margens... nem sempre as do rio, nem sempre em figura de árvore. Falta-lhe viver (e não tanto morrer) de pé.
abraço
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