quinta-feira, março 30, 2006

Frase dedicada: “Acabou?”


Nada de nada a nada e nada a nada em nome de todos os teus monstros no armário dormindo tontos ao cair da manhã nada de nada a nada e nada a nada em nome do silêncio que ri pelos que se matam lá fora nas ruas do desemprego que é o tédio nada de nada a nada e nada a nada quando são apenas as mãos que seguram a areia mas não sustêm o tempo que te enterra o corpo anónimo e sem lápide nada de nada a nada e nada a nada agora que a orfandade se imiscuiu em nós e sabes que não há cura pois a doença carece das suas cobaias nada de nada a nada e nada a nada pois sabes que não haverá julgamento agora que as mãos sujam a humanidade branca de uma folha vazia nada de nada a nada e nada a nada nos pequenos jogos da sociedade virtual companheira da noite virulenta do desvio nada de nada a nada e nada a nada quando sentes que pouco interessa a lembrança quando o futuro é um beco escuro da cor de um corvo branco nada de nada a nada e nada a nada na gargalhada traída do teu silêncio nesta hora dos que se matam lá fora nada de nada a nada e nada a nada como se fosse preciso reivindicar as cores que a solidão não pinta nos delírios que a sanidade não mostra nada de nada a nada e nada a nada não me impressionas acredita não me impressionas acredita que eu mostro-te o que é a dor invisível rasgada sobre o rasgo do visível a forma do possível na senda do impossível o peso do correcto na leveza do incorrecto nada de nada a nada e nada a nada acredita que eu mostro-te acredita que eu te mostro nada de nada a nada e nada a nada acredita que eu mostro-te acredita que eu te mostro a mim.

RMM


Como diria um amigo meu…

“Em nome de toda a Internet, blogs, msn, sms, e de todas as formas que inventamos para fingir que existe afecto”.

Se quiseres aparecer, agradeço que tragas o teu esqueleto.

14 Comments:

Anonymous Anónimo said...

tens razão quanto a essa treta do msn, sms e demais... certamente não é daí que virá afecto algum.

o que é ainda mais estúpido é aquele pessoal que no msn assina como offline quando está em linha (não, não estou a falar dos patins), a merda de todos estes joguinhos virtuais e quejandos.

como se já fossem poucas as máscaras...

nada de nada a nada, trago o meu esqueleto nas mãos.

queria tomar um café mas só se fosse com uma pedrita de gelo.

sayonara, amigo, espero-me no teu caminho.

4:14 da tarde  
Blogger Black Rider said...

Sim, e eu espero que o caminho esteja mesmo à nossa frente. É mesmo isso que faz falta nesta valsa dos esqueletos.

10:41 da tarde  
Blogger EyeOfHorus said...

Os "nadas" com face, com nome, com cheiro, com local. Quando se abre as mãos e olha o vazio, o nada nunca chega para mostrar o que ficou. Queria muito encontrar uma palavra que fosse, para pelo menos poder verbalizar o que resta.

1:55 da tarde  
Blogger Black Rider said...

Pois é, o problema é que não são poucas as vezes em que as palavras não conseguem ilustrar o que falta - daí a sua completa ineficácia. É preciso inventar novas palavras. Ou se calhar... é preciso inventarmo-nos de novo. Recriar. Renascer.

beijo para ti

4:14 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

É pá, não anuncias o concerto? Vou tentar ir.

9:21 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Renascer.
As máscaras que usamos, todos, sem excepção, são tentativas repetidas de renascer.
Renascer a cada gesto, ser reconhecido com uma nova filosofia.

12:07 da manhã  
Blogger Black Rider said...

Estranho... não sei se é de ter chegado a casa agora. Ou se é apenas da intensidade desta madrugada, deste silêncio... mas é como se essas palavras que aqui deixaste soassem (agora) com uma intensidade de tal forma nova que quase poderia pensar ... que não são precisos mais do que dois dedos para mergulharmos no abismo, com ou sem máscaras, com ou sem filosofias. No entanto, é verdade - o repetido ensaio do Eu à volta do seu umbigo e do seu eixo. A máscara em nós, a máscara do outro, a máscara de teatro e a máscara mortuária, que importa no fundo? Talvez sejam apenas os químicos a dilacerarem as células cerebrais, qualquer outra coisa a falar em mim, por mim, não sei... mas creio que o momento é este. Não sei de quê... mas sinto que é este e mais nenhum outro.

6:17 da manhã  
Blogger Vostradong said...

A piscina hoje está fechada

10:08 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Alegro-me de pensar que causei impacto, ainda que sob a forma do anonimato...

Bjinhuxxx

11:58 da manhã  
Blogger Tramp said...

O afecto existe msm... you just have to deal with that (or without)

Acabou?!

4:50 da tarde  
Blogger Black Rider said...

Tu sabes que causas sempre impacto!

1 grande beijo para ti e obrigado pelas palavras.

2:29 da manhã  
Blogger Black Rider said...

Ainda bem, Vostra. Hoje nem bóia trouxe!

abraço

2:30 da manhã  
Blogger Black Rider said...

É claro que o afecto existe, Tramp, temos é de estar dispostos a dar e receber (muitas vezes nada).
É claro que ainda não acabou.

beijo para ti!

2:32 da manhã  
Blogger Black Rider said...

As portas e as janelas estão abertas para ti, Pandora.

beijo

1:38 da manhã  

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