sexta-feira, setembro 29, 2006




Frase em ti: “Dentro de ti”.

Noite, sol, madrugada apenas.

“Não zela só o teu sono. Zela a tua vida. Tu sabes que nunca te abandonaria.
(…)
Farrapos de asas arrancados à neblina. Farrapos de sombras arrancados às bocas em mordaças. Salpicos de sangue, abismo nas nossas bocas.
Não sei se te amo, mas és o meu amor”.

quarta-feira, setembro 13, 2006









Frase: “Nem mar nem rosas”.


Noite a televisão repete um velho programa de tarot e a Torre dança diante dos teus olhos
no entanto sabes que os edifícios não virão abaixo e no teu pranto as jangadas partem de encontro ao nada e tudo e nada é qualquer coisa qualquer as palavras são inimigas de uma mente que se quer estável mas é falso não interessa não importa e só quando importa é que interessa à noite no navegar na Net na casa de silêncios e sem nenhum calor sem nenhum braço à volta nenhuma boca para beijar nem para morrer ou matar na insanidade de uns lábios abertos e vermelhos contra o espelho e junto à noite a televisão repete um velho programa de tarot e o Diabo segura as suas cordas arranhadas por gatos nos telhados por falta de violinos e por falta de cigarros mas esquece a noite mas esquece mas esquece o dia deste desterro na cidade que não é a tua nem de ninguém como se algo pudesse ser teu ou nosso mas esquece a noite mas esquece mas esquece o dia de rostos dispersos e de pernas mutiladas mas esquece a noite mas esquece mas esquece o dia de amanhã não sabendo se irei estar junto a ti num outro lado qualquer mas esquece a noite mas esquece mas esquece o dia e os labirintos que desembocam no estômago de um qualquer Minotauro sem fome mas esquece a noite mas esquece mas esquece o dia de multidões anónimas de pessoas indiferentes junto aos passeios que arrefecem junto à noite de olhos sombrios na madrugada de cigarros apagados nos lábios de cinzeiros feridos mas esquece a noite mas esquece mas esquece o dia de poemas rascunhados no vazio junto aos detritos nos caixotes dos ricos mas esquece a noite mas esquece mas esquece o dia de amanhã o de ontem e o de hoje e todos os que estão para vir mas esquece a noite mas esquece mas esquece o dia mas esquece a noite mas esquece mas esquece o dia mas esquece a noite.


RMM

quarta-feira, setembro 06, 2006

segunda-feira, setembro 04, 2006

Frase da escritora Rosa Montero numa entrevista à TSF: “Deixar de escrever é a loucura, mas deixar de ler é a morte imediata”.



LETRAS DE UMA SÓ PALAVRA

Era uma vez um homem que se tinha habituado a comer terra. Um dia entrou numa loja para comprar açúcar.
O tendeiro, que não era uma pessoa honesta, usava torrões de terra para pesar. Disse ao nosso homem:
«Este açúcar é o melhor da cidade, mas utilizo terra para o pesar.»
O outro respondeu:
«Só preciso de açúcar. A mim tanto se me dá que os pesos da tua balança sejam de terra como de ferro!»
E pensou para consigo:
«Sendo um comedor de terra, não me podia calhar melhor.»
O tendeiro começou a preparar o açúcar e o homem aproveitou para comer a terra. O tendeiro deu-se conta da manobra do outro, mas optou por ficar calado, pois pensava assim:
«Este idiota prejudica-se a si mesmo. Tem receio de ser surpreendido, mas eu só desejo uma coisa: que coma a maior quantidade de terra possível. Acabará por perceber, quando vir a miséria de açúcar que vai ficar na balança!»

Sentes um enorme prazer em cometer adultério com os olhos, mas não te dás conta de que, ao fazê-lo, devoras a tua própria carne.

Rumi, parábolas sufis (extraídas do Al-Matnawi)

«Levo o sabor dos teus nos meus lábios.»

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AINDA NÃO ME DEI AO TRABALHO DE ORDENAR ALFABETICAMENTE (AZAR!)