quarta-feira, novembro 22, 2006

Frase: “Já tens planos para o passado?”



Novembro as horas do teu coração batem no relógio da eternidade do etéreo na máscara da identidade que não existe aguento o tempo que nos resta nas mãos nos dedos nos pulsos sem relógio anda amor nas costas do cavalo de sangue reflexo espelho vítreo são apenas dias em Novembro as horas do teu coração batem no relógio do tempo de olhar as montras desta dor já sem tempo anda amor nas costas do cavalo de sangue reflectido no rio que corre reflexo e disperso já sem verso anda amor nas costas do cavalo de sangue em Novembro as horas do teu coração batem no relógio da identidade que morre no início e descobre que é a vida no fim outra vez e por fim anda amor nas costas do cavalo de sangue na crina no dorso no ventre anda amor nas costas do cavalo de sangue é Novembro e é Novembro batem as horas no teu coração.

RMM

terça-feira, novembro 14, 2006


Frase: “Por que é que te derrotas?”

POEMAS DA MINHA VIDINHA

A cobra fugiu,
Mas os olhos que observavam
Ficaram na erva.

Takayama Kyoshi

sábado, novembro 11, 2006




Frase humorístico-familiar: “Pai e filho unidos pelo esoterismo”.


POEMAS DA MINHA VIDINHA

O DESEJO

Se houvesse degraus na terra e tivesse anéis o céu,
eu subiria os degraus e aos anéis me prenderia.
No céu podia tecer uma nuvem toda negra.
E que nevasse, e chovesse, e houvesse luz nas montanhas,
e à porta do meu amor o ouro se acumulasse.

Beijei uma boca vermelha e a minha boca tingiu-se,
levei um lenço à boca e o lenço fez-se vermelho.
Fui lavá-lo na ribeira e a água tornou-se rubra,
e a fímbria do mar, e o meio do mar,
e vermelhas se volveram as asas da águia
que desceu para beber,
e metade do sol e a lua inteira se tornaram vermelhas.

Maldito seja quem atirou uma maçã para o outro mundo.
Uma maçã, uma mantilha de ouro e uma espada de prata.
Correram os rapazes à procura da espada,
e as raparigas correram à procura da mantilha,
e correram, correram as crianças à procura da maçã.

Epito

quinta-feira, novembro 09, 2006


Frase: (aquela que tu me dirás)


LETRAS DE UMA SÓ PALAVRA

Um favor a pessoas nobres engendra o bem. Um favor a pessoas vis engendra o mal. É como a chuva: quando é a ostra que a bebe, sai dela uma pérola, quando são as víboras a bebê-la sai veneno.

Ali

quarta-feira, novembro 08, 2006

Frase: "Escreves por cima do que já está escrito no desespero de criar palavras novas".


«Apaga e rasga. Incendeia. Faz. O que tu quiseres. Mas mesmo o nada que seja similar ao nada.... na folha. Removerá qualquer vírgula.»




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sábado, novembro 04, 2006


Frase: “Sabes o que isso (in)significa?”

VERDADES I DISCUTÍVEIS

Desculpa não te estar a escrever com a rapidez que gostaria mas tenho andado um bocado fraco e esgotado. (...)
Sinto-me tão esgotado de palavras como de razões. Há algo de realista e que bate certo no teu discurso: nós é que provocamos o mal ao mundo ao infligirmos esse mesmo mal a nós mesmos. Estou bem longe de procurar o melhor para mim ou fazer por isso. Como pequena consequência, ao negar esse bem, essa mudança para mim, para a minha vida, também é aos outros que o estou a negar. (...)
Por outro lado, o processo de vitimização constante talvez tenha transformado o carrasco na própria vítima, transformado a imagem desejada e pensada no ser pensante de carne e osso; todas as coisas carregam em si o seu oposto e, neste momento, já eu sinto que me perdi no raciocínio. A não ser que essa mesma racionalização que tu falaste, a que eu faço agora, também seja ela (mais do que o computador e todos os placebos de quem hesita em viver) o próprio machado manchado de sangue de quem, ao negar-se aos outros e a si mesmo, apenas pode sangrar as gotas vermelhas da anti vida mas... mesmo assim, sei que algo ainda não bate certo no discurso.
Aos verbos mal conjugados e falhados apenas correspondem tempos verbais, humanos, sociais e outros que tais, vividos, nascidos e assassinados em pretéritos imperfeitos vagos e indefinidos.
Sinto que cada uma das letras se suicida nas teclas que se tornam gastas e que não seguram um pensamento que foge. Dança lá fora na chuva. Nesta chuva em Coimbra, nesta chuva tão fora de tempo e tão seca. Já me falham os pormenores para me lembrar de histórias gastas e que já não correspondem à realidade(!?) de hoje. Não vale a pena.
Também eu estou pronto. Mas só num mundo, e num tempo, olhos nos olhos e sem retórica.
Ricardo

(e-mail à C., 3 de Junho de 2003)


LETRAS DE UMA SÓ PALAVRA

O homem superior é em todos os lados solitário.

Al-Mutanabbi

quinta-feira, novembro 02, 2006

Frase da pá: “Pretendes continuar a cavar mais fundo!?”


VERDADES I DISCUTÍVEIS

De vez em quando… VÊ SE DESCES À TERRA!!! As palavras não alimentam ninguém e divagar sobre sentimentos não faz o mundo ser melhor!!!

(e-mail da A, Janeiro de 2004)

LETRAS DE UMA SÓ PALAVRA

“Segurar o travesseiro” significa não deixar o inimigo levantar a cabeça.
Em disputas de estratégia, não é bom ser conduzido pelo inimigo. Você é quem deve conduzi-lo. Obviamente, o inimigo também pensa assim, mas não poderá antecipar seus movimentos, se você não deixar. (…)
O importante na estratégia é reprimir as acções úteis do inimigo, mas permitir-lhe as acções inúteis.

Miyamoto Musashi, o livro dos 5 anéis


«Precisamos de não-falar.»

quarta-feira, novembro 01, 2006

Frase: “Domesticado o animal, ainda selvagem a trela”.

«Quem te diz que por baixo da pele de lobo não é outro lobo que habita? Palavras básicas outra vez como se não fosse outra vez ainda. Há quinze anos estava contigo no cemitério e quinze anos depois estou outra vez no cemitério contigo. Mas agora estás deitada.
Constatações simples, palavras básicas, noite das bruxas. Onde estão agora os gatos pretos?
Acredita: podem morrer flores e árvores completas ou despidas, morrer folhas e frutos, homens, crianças, mulheres, podem morrer casas e janelas, quintas, prisões da nossa vaidade. Pode morrer o mundo moribundo e já morto, cadáver infecto debaixo da terra sem significado. Algum. Pode morrer o espelho, as pedras, os cães, os gatos, vacas e burros do presépio. Pode morrer o Cristo na cruz, Buda, Muhammad e todos os anjos e arcanjos, Shiva e Parvati ou o próprio Brahma. Posso morrer eu aqui ou agora ou depois ou para mais tarde. Pode morrer o próprio verso que conjuga a morte mas nunca poderás morrer em mim.»
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AINDA NÃO ME DEI AO TRABALHO DE ORDENAR ALFABETICAMENTE (AZAR!)