terça-feira, janeiro 31, 2006



Frase para ti: “Não sou eu que espero nem tu que esperas também, mas é tão-somente ela que espera, ela que espera por nós”.


LETRAS DE UMA SÓ PALAVRA

A vida está dentro da morte, a morte está dentro da vida; deves existir, aqui e agora!

Os opositores confrontam-nos continuamente, mas na verdade não há nenhum opositor. Envolve-te profundamente num ataque e neutraliza-o enquanto puxas essa força mal orientada para a tua esfera.

Não olhes directamente nos olhos o teu opositor: ele poderá desorientar-te. Não fixes o teu olhar na sua espada; ele pode intimidar-te. Não te concentres no teu oponente; ele pode absorver a tua energia. A essência do treino é fazer o teu oponente entrar completamente na tua esfera. Então poderás colocar-te onde desejares.

Até o mais poderoso ser humano tem uma esfera limitada de força. Retira-o dessa esfera para a tua e a sua força dissipar-se-á.

Morihei Ueshiba, a arte da paz

domingo, janeiro 29, 2006

Frase de ontem no cemitério: “Tenho pena que vejas a força da minha fraqueza, não me esqueci de ti… mas deixei que as flores morressem”.




desculpa

Procuras as águas rebuscadas onde as sereias gritam mas a alma de quem partiu afogou-se junto ao vento que trespassa o ar de árvores cortadas de árvores calcinadas de árvores que não existem agora sabes que o segredo não existe agora sabes do vício e da obsessão que mais ninguém conhece num mundo em que quase ninguém existe procuras as águas rebuscadas onde as sereias gritam observas o teu amor escrito de linhas tortas sem Deus sem palavras de adeus acordes tocados em nome da hipocrisia de cordas rasgadas de desespero na apatia mantendo a inalterável pose de cigarro em lábios feridos abertos eternamente em chagas um dia pensei que havia cura mas não outro dia pensei que fosse possível mudar mas não no outro dia pensei que os dias que viriam se encarregariam de virar as páginas dos poemas destes dias mas não há outro poema que não este neste dia não sinto uma só voz que possa entender não escuto nenhum olhar que possa ver nem nenhum eu que ainda possa ser o outro ou aquele que espera num outro e em qualquer lugar não importa se ausente procuras as águas rebuscadas onde as sereias gritam não importa se indiferente procuras as águas rebuscadas onde as sereias gritam não importa se desapaixonadamente procuras as águas rebuscadas onde as sereias gritam junto aos corações que ardem lá do alto jogas as cinzas por cima das sombras espelhos máscaras não importa se doente procuras as águas rebuscadas onde as sereias gritam.

RMM

quinta-feira, janeiro 26, 2006

Frase na madrugada: “Confia em mim”.



OCULTISMO

I

Liberdade, igualdade, fraternidade, diz a democracia moderna. Sim, liberdade para os sábios, igualdade entre os homens elevados ao mesmo grau da hierarquia humana e fraternidade para os indivíduos de bem.
Porém servidão necessária para os insensatos, hierarquia para a humanidade inteira e guerra entre os egoístas e os libertinos. Eis aí as leis da natureza.

II

A humanidade está colocada sobre uma escada imensa cujo pé se submerge nas trevas e cujo cume se oculta na luz. Entre estas duas extremidades, existem inúmeros degraus.

III

Para os homens da luz, as palavras claras; para os homens das trevas, as palavras escuras; e para os intermediários, a discussão eterna das palavras duvidosas.

IV

Os homens que estão acima são os videntes; os homens que estão abaixo são os crentes; os homens do meio são os sistemáticos e os que duvidam.

V

Os videntes são os sábios, os cegos crentes são os loucos e os que duvidam não são nada, porém oscilam entre a sabedoria e a loucura, subindo às vezes, descendo outras e não se achando bem em parte alguma.

VI

É necessário a verdade para os sábios, é necessário a dúvida para os irracionais, é necessário a fábula para os loucos e para as crianças.
Conta uma fábula a um sábio e verás nela uma verdade. Diz uma verdade a um pensador e este a revogará como dúvida; diz uma verdade a um louco e este a tornará como uma fábula.

Eliphas Levi, o livro dos sábios

quarta-feira, janeiro 25, 2006

Frase em mim: “Dois a matarem-se por um quarto”.

POEMA MEDÍOCRE I

Demasiado alto para que
não se veja a sombra ao longe
da serpente plana que não
sabe voar.

Desejo os teus olhos
mas não sei…
se desejo que me vejam.

Morreremos longe viveremos longe e outros
viverão esses sonhos por nós mesmo que a morte
seja só
sua.
Não soubemos acordar.

Partirei em breve mas tu sabes que me
encontrarás sempre
dentro do problema matemático em que todos
os resultados
são nulos.

segunda-feira, janeiro 23, 2006





Frase de palavras feridas: “Não se fecharam as feridas, apenas as palavras”.


LETRAS DE UMA SÓ PALAVRA

XI

Os sujeitos nos quais predomina o magnetismo irradiante são magnetizadores. Aqueles nos quais predomina o magnetismo absorvente são sujeitos magnéticos.

XII

Os magnetizadores, quando não se sabe resistir-lhes, podem ser fascinantes; e os sujeitos magnéticos, quando não se lhes domina, transformam-se facilmente em vampiros entre os vivos.

XIII

As mulheres irradiantes são as inspiradoras ou os flagelos dos homens débeis e as mulheres absorventes são as Dalilas dos homens fortes”.

XIX

Um homem e uma mulher superiores jamais se harmonizarão juntos. (…)

Eliphas Levi, o livro dos sábios

sexta-feira, janeiro 20, 2006


Frase: “Quantos lados tem o teu triângulo?”

ZOV AUT A OREPSE

LETRAS DE UMA SÓ PALAVRA

“Ouve, homem, pode estar para breve o tempo em que tenhas de tomar conta de um homem a morrer até que os anjos surjam. Não vamos perder tempo em conversas sobre o desespero. Se tu és um homem (e não um cobarde) vais segurar a sua mão negada pela esperança, até que o seu suspiro se torne o teu”.

Diamanda Galás, the shit of god

quarta-feira, janeiro 18, 2006

Frase para ti: “Tenho pena, amiga, mas és fraca, podes continuar a alinhar com as bestas, eu não preciso de amizades promíscuas, prefiro a promiscuidade dos corpos, o anjo nos meus sonhos traz sempre a espada na mão, o revólver na outra e tu és de superfície, minha querida de qualquer coisa sem futuro, és nova e lembras-me demasiado o passado, juntas-te às palavras velhas na sombra das palavras novas, em busca de um amor que não existe, uma cura um regresso uma fraude, alimentas a mediocridade de sempre, apenas tens duas escolhas, ambas são más, um dilema de circunstância e eu… acho que tenho pena, mas não me importa, não te deixarei de sorrir, mas tenho pena, querida amiga, pois és e serás sempre fraca (como se o mundo fosse feito para sermos fortes, enfim)”.

CONSELHO: Um pensamento, uma acção, uma lógica treinada para ver sempre para além das aparências faz com que, muitas vezes, se seja enganado por elas. (primeiro vem sempre o que os olhos mostram)

LETRAS DE UMA SÓ PALAVRA

“O rei Wu perguntou a T´ai Kung: «Como deve ser um general?»
T´ai Kung retorquiu: «Os generais têm cinco talentos fundamentais e dez excessos.»
O rei Wu inquiriu: «Posso pedir-te que os enumeres?»
T´ai Kung explicou então: «Aquilo a que nos referimos como os “cinco talentos” são a coragem, a sabedoria, a benevolência, a honradez e a lealdade. Se for corajoso, não pode ser esmagado. Se for sábio, não pode ser arrastado para a confusão. Se for benevolente, amará os seus homens. Se for honrado, não será traiçoeiro. Se for leal, não terá duas opiniões.
Aquilo a que chamamos “dez erros” (ou dez “excessos”) tem que ver com o seguinte: ser corajoso, mas lidar com a morte de forma ligeira; ser apressado e impaciente; ser ganancioso e amante do lucro; ser benevolente, mas incapaz de infligir sofrimento; ser sábio, mas temeroso; ser honrado, mas confiar demasiado nos outros; ser escrupuloso e incorruptível, mas não amar os homens; ser sábio, mas indeciso; ser demasiado resoluto e auto-confiante; ser terrivelmente determinado, mas gostar de passar a responsabilidade a outros homens.
Aquele que é corajoso, mas que lida com a morte de forma ligeira, pode ser destruído pela violência. Aquele que é apressado e impaciente, pode ser destruído pela persistência. Aquele que é ganancioso e ama o lucro, pode ser subornado. Aquele que é benevolente, mas incapaz de infligir sofrimento, pode ser neutralizado. Aquele que é sábio, mas temeroso, pode capitular pelo sofrimento.
Aquele que é honrado, mas que confia demasiado nos outros, pode ser enganado. Aquele que é escrupuloso e incorruptível, mas que não ama os homens, pode ser insultado. Aquele que é sábio, mas indeciso, pode ser atacado inesperadamente. Aquele que é demasiado resoluto e auto-confiante, pode deixar-se confundir pelos acontecimentos. Aquele que é terrivelmente determinado, mas que gosta de passar a responsabilidade a outros homens, pode ser iludido”.

T´ai Kung, os seis ensinamentos secretos

terça-feira, janeiro 17, 2006

Frase: “Continuas a pensar que são moinhos?”

Máscaras

O homem com a máscara brincando
Até chegar a hora em que o seu rosto
Partilhava com ela uma só vida:
Já miúdo a história me punha indisposto.

Negava-me a aceitar. Quando crescesse,
Ia mostrar que outra maneira havia:
Que cada máscara, sem dor ou risco,
Como um capuz tirar-se podia.

Fiz disso muito tempo um firme credo.
Escondi, confiante, a minha natureza.
Extinto o fulgor do jogo que eu fazia,
Teria ela a original pureza.

Hoje sou velho, só para admitir:
A história é real. A máscara agarrou-se.
É como habituares-te ao inferno.
Como se olhar vazia cova fosse.

Gerrit Komrij, contrabando

sábado, janeiro 14, 2006

Frase: “Prepara-te para SER”.

O CÃO SÁBIO

Certo dia um cão sábio
passou por um grupo de gatos.

E vendo que os gatos
pareciam preocupados
falando entre si
e nem sequer caíam na conta
da sua presença,
parou para ouvir o que diziam.

Precisamente nesse momento
levantou-se um gato grande,
grave e sisudo
que, dirigindo-se aos companheiros,
disse:
- Meus irmãos, rezai,
Porque se rezardes muitas vezes,
Por certo choverão ratazanas do céu.

Ao ouvir estas palavras,
o cão riu-se para os seus botões
e seguindo caminho, disse:
- Gatos cegos e insensatos.

Por acaso, não está escrito,
e não o soube desde sempre,
e os meus antepassados antes de mim,
que o que chove quando rezamos,
uma e outra vez,
não são ratazanas, mas ossos?

Khalil Gibran, o louco
-->
Links
AINDA NÃO ME DEI AO TRABALHO DE ORDENAR ALFABETICAMENTE (AZAR!)